terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Produtividade em TI


Recentemente saiu um estudo sobre a produtividade do brasileiro em relação aos trabalhadores de outros países.

Somos seis vezes menos produtivos que o primeiro da lista, a Noruega.
Ou seja, o norueguês pode ganhar até seis vezes mais que ainda assim produzirá igual ou melhor que nossos trabalhadores, em média.

Trouxe este tema para reflexão dentro da TI.

Será que um norueguês codifica seis vezes mais rápido que o brasileiro? Certamente não. Provavelmente a produção de código de programa deve ser parecida.

A diferença está na qualidade da entrega e não na quantidade.

A nossa entrega está preocupada com o funcionamento do projeto, nas condições ditas normais de uso - sendo "normal" o que o analista entende por isto.
A deles está preocupada com a maior quantidade possível de ações que o usuário poderia fazer durante o uso do projeto, de forma a tornar o projeto 99% imune a erros, ou, no limite, informando da existência de uma situação não desejada.

O resultado é que o norueguês estará pronto para iniciar o próximo projeto, sem praticamente ser interrompido, enquanto que nós estaremos nos debruçando sobre um mar de ajustes no projeto recém entregue. É quase impossível estabelecer o prazo para o próximo projeto, dado que a quantidade de interrupções não é passível de ser dimensionada.

O que seria eventual - um incidente numa situação muito especial - se torna corriqueiro. Os ajustes vão sendo solicitados a medida que o usuário passa pelas diferentes funcionalidades do projeto. Entra ano, sai ano, o projeto ainda apresenta inconsistências.

Na prática, por aqui, a atividade de sustentação de um projeto acaba sendo a principal da equipe de TI.

Existem ferramentas de planejamento e métodos de trabalho para lidar com esta questão e minimizar o cenário descrito, mas o fato relevante que dificulta a mudança é o cultural.

Nós temos que entender que o projeto é um processo com vida própria, e que a nossa responsabilidade está em projetá-lo para sobreviver num ambiente onde não há uma única ordem e previsibilidade.

A mudança cultural é difícil mas é preciso enfrentá-la pois o gap está ficando cada vez maior e pode se tornar irreversível.




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