terça-feira, 27 de junho de 2017

Reflexões sobre Inovação

Durante um tempo tive a honra de ser convidado pelo IBGE, para que o pessoal de lá entendesse um pouco como funcionava o mercado de TI. Havia tanta curiosidade quanto desconhecimento.

Porém um consenso sempre prevaleceu: a TI está umbilicalmente ligada à inovação,  principalmente no que que diz respeito a produtos de software, customizáveis ou não, e serviços que envolvam metodologias e práticas de negócio.

Conversamos muito sobre conceitos de inovação no sentido mais amplo. E descobri que inovação é quase uma ciência sem fronteiras! São vários os pensadores e filósofos que formulam princípios do que é inovar.

Guardei para mim uma das ideias que sempre repito: há três formas de inovar do ponto de vista corporativo. A inovação para o mundo: é quando se propõe algo que nunca foi feito antes. A inovação para o país: é quando se traz algo que nunca antes foi aplicado no país. E a inovação para a empresa: é quando se adota algo que a empresa nunca praticou.

Na Ingresso.com praticamos a inovação para o mundo. Pela primeira vez (que a gente tivesse conhecimento) alguém propunha imprimir em casa o ingresso, ao invés de retirar no cinema ou no teatro. Deu certo! Hoje isto acontece no mundo inteiro.

Na Task lançamos pela primeira vez no Brasil o ponto eletrônico. O pioneirismo teve o seu preço, mas o resultado foi muito bom. O Forponto virou referência.

Desenvolvemos do zero um produto para service desk, seguindo as melhores práticas do ITIL. Não foi uma inovação para o Brasil, pois outras empresas internacionais já estavam por aqui. Entretanto criamos no Vivaz o conceito de Cenário dentro da etapa de mudança. O Cenário é uma forma prática para documentar mudanças em projetos ou processos e, ao mesmo tempo, obter do cliente a aprovação do que está sendo proposto. Ou seja, um compromisso mútuo. Uma vez aprovada e implementada, fica disponível para o todo sempre! O Cenário é uma inovação para o mundo (que a gente saiba) no ambiente de service desk.

Agora, desenvolvemos o Atobá. Com conceitos inovadores, o Atobá cria em pouquíssimo tempo o relacionamento entre cliente e seu interlocutor, numa relação 1 para 1. Comporta funcionalidades para disponibilizar as informações do sistema legado e um banco de documentos e imagens. Ainda não encontramos nada igual, mas não dá para dizer que somos os únicos, o que deve ser pouco provável, dada a velocidade e a quantidade de pessoas que hoje desenvolvem soluções inovadoras.

Quando em 2000 lançamos o Wintility, implementamos várias inovações. Por exemplo, a possibilidade de criar um documento a partir de uma regra de nomeação, e de salvar num local previamente estabelecido. Desta forma, deixava de ser uma atribuição do usuário definir nome e local para salvar, passando a ser uma regra da empresa. Foi certamente uma inovação e tanto. Praticamente eliminamos a possibilidade de um documento se perder, dentro do ambiente corporativo.

Inovar custa caro. A maioria das vezes quem inova não é quem vai colher os louros. Há muitas outras variáveis em jogo. Mas é muito prazeroso ver que a sua ideia pode ajudar a melhorar as pessoas, as empresas, e quiçá, o mundo.
















quinta-feira, 15 de junho de 2017

Voltando ao mundo real da TI

A TI vive dois mundos bem distintos. O mundo desbravador das start-ups e o real das empresas.

Estive no cardiologista recentemente e, notando a sua imersão com o computador, quase tanto tempo dedicado a digitar quanto a me examinar,  indaguei se ele já nascera no mundo digital. Orgulhoso, respondeu que precisou se adaptar, mas que foi um dos pioneiros a adotar o consultório digital.

Entretanto, desfilou todo o seu desapontamento porque não conseguia migrar do software antigo para um mais novo, já na web, com diversas melhorias. Seu software não tinha mais manutenção, a empresa acabou, e os dados guardados em Access estavam protegidos por senha.

Bem-vindo ao mundo real!

A grande maioria dos profissionais de TI se dedica a manter as empresas funcionando, de olhos grudados na segurança das informações, assistindo os usuários, preocupados com a continuidade dos negócios. Como na luz elétrica: enquanto funciona todos esquecemos dos robustos investimentos necessários para que não falte luz. Mas é preciso estar sempre atento pois o caminho é cheio de surpresas. E elas aparecem quando a gente menos espera. O investimento não pode parar.

Outro contigente de profissionais são os criadores de processos.

Apresentei o SOL para uma gerente de tecnologia. Ela ficou maravilhada mas, poucos segundos depois, se encolheu e sussurrou: "o SOL é muito bacana para automatizar processos num ambiente de workflow. O problema é que as empresas não têm seus processos definidos...".

O mundo real das empresas representa um manancial de oportunidades em todos os sentidos. O conceito de inovação através do modelo de start-ups abriu os olhos para a pesquisa de novos produtos e serviços, que possam representar ganhos expressivos. Por outro lado, as empresas precisarão cada vez mais de processos para sobreviver. Estamos no fim do poço em produtividade e é preciso mudar rápido.

É portanto preciso pensar para frente sem esquecer que existe um caminho. E como disse o poeta, no meio do caminho existem pedras. Não podemos tropeçar.











sexta-feira, 2 de junho de 2017

iCloud: a corrida do ouro


Não tenho dúvida alguma. Estamos vivendo a era do iCloud.

Os grandes do mercado deixaram de lado seus aplicativos, banco de dados, ferramentas de produtividade e ERPs para se concentrarem na oferta de nuvem.

Parece uma corrida contra o tempo. Somente a Pix recebeu quatro propostas em menos de um mês. Estou me referindo a empresas globais e gigantes.

Não tenho dúvidas que os projetos colocados na nuvem são muito bons, principalmente, se superados os receios de segurança de dados e escalabilidade. Nossos produtos são ofertados em nuvem já há algum tempo, e o resultado é excelente.

São muitos os atrativos do ponto de vista do cliente. Começando pelo custo, já que o investimento é diluído no tempo, e ocorre com o uso. Cada fornecedor adota um modelo de negócio e o princípio é que o cliente paga pelo que efetivamente utiliza. No caso de soluções de software são oferecidas opções para empresas que preferem adquirir a licença e ter um desencaixe menor e fixo por mês, sem a surpresa de uma variação de custo. Enfim um modelo para cada gosto.

O cuidado com a infraestrutura, segurança e com a entrega do processamento passa para a responsabilidade do fornecedor. Menos uma questão para operacionalizar. Mais foco no negócio. E, se o negócio cresce, é fácil contratar mais recursos. É praticamente imediato.

A evolução tecnológica também vai exigir menos investimento para o cliente. Isto é um problema do fornecedor. O cliente pode trocar de solução sem a mesma preocupação com os cálculos de payback do passado.

Do ponto de vista do fornecedor de software há um descasamento inicial de faturamento. Porém a receita recorrente cresce e ela garante a continuidade dos investimentos, fazendo com que as soluções se tornem melhores e mais completas.

Para os provedores, é um colírio para uso olhos. Ao compartilharem recursos com a carteira de clientes otimizam o uso da infraestrutura e dos software de middleware. Se assemelham ao modelo de negócio das empresas de telefonia, onde se tarifa o consumo. Não é a toa que a guerra de gigantes está em pleno curso.

O iCloud é democrático. Atende do micro negócio a empresa que fatura bilhões. Cada um paga pelo seu consumo, proporcional ao seu tamanho.

O modelo é ganha-ganha. Veio para ficar.



























segunda-feira, 8 de maio de 2017

25 anos

Neste mês de maio de 2017 comemoramos 25 anos de existência da Pix.

A Pix nasceu por acaso. Um mês antes havia terminado uma sociedade de 10 anos na empresa que havia fundado. Estava muito triste. O sonho de jovem parecia enterrado por razões que nem me lembro. Minha primeira funcionária, corrigindo, minha grande amiga, disse que não fazia sentido trabalhar na empresa se eu não estivesse mais lá.

Resolvi começar tudo de novo. Com uma condição: que fosse diferente de tudo que fazia antes. Uma promessa para mim mesmo. Nos instalamos a mesa de jantar da minha casa, 7 abnegados, junto às minhas filhas pequenas, que alegravam o ambiente depois da escola. As empresas americanas começavam na garagem, a Pix foi na sala de jantar.

No primeiro ano, em 1992, o Windows estava engatinhando mas com espírito de vencedor. Resolvemos desenvolver um primeiro projeto com o novo ambiente. Na Fenasoft, mais famoso evento de software do Brasil, expusemos o projeto pioneiro num stand pequenininho. Foi assim que nasceu o DNA da Pix em inovação.

Da experiência com o Windows fomos contratados pela Convergente para ajudar no lançamento do Carta Certa para Windows. O Carta Certa liderava o mercado brasileiro de editores de texto para DOS, mas a força da Microsoft implodiu a empresa. Não foi por falta de competência e ousadia dos fantásticos rapazes da Convergente. A Microsoft fez o mesmo com gigantes na América.

Criamos uma área de projetos. Desenvolvíamos sistemas sob medida para empresas, mas o sonho era construir produtos inovadores.

Daí surgiu o Pix System Manager, logo rebatizado de Wintility. Era um conjunto de ferramentas para organizar os arquivos do computador. Em 1998 lançamos o programa nos Estados Unidos para venda nas chamadas Superstores. A mais famosa, CompUSA. O produto estava lá, exposto na prateleira, em inglês, para quem quisesse comprar. Editamos cerca de 3.000 cópias.

Logo, logo, chegou a internet. Com ela as lojas físicas perderam o sentido e se foram.

Fomos parar na internet. Fomos para o mundo dos crackers, ou seja, as pessoas que quebravam a segurança do software e distribuíam as licenças piratas. Foi um orgulho ver o Wintility pirateado. Naquele momento já sabíamos que não íamos sobreviver de um produto para o mercado de pessoa física. Ganhamos o Head of the Herd, do site Tucows, famoso por promover software no mundo. Foi uma chuva de downloads naquele dia. Avaliações eram publicadas em todos os idiomas.

Reinventamos o Wintility e transformamos em um produto para o mercado corporativo. Pela internet, vendemos para empresas em 30 países. Já não precisávamos operar do Estados Unidos, e trouxemos para o Rio de Janeiro. O Wintility não funcionava na Web e isto fez toda a diferença, contra.

No início dos anos 2000 nos juntamos a 3 rapazes da PUC, da empresa Interatum, atuando como anjo. Nasceu a Ingresso.com. Sucesso absoluto. Mauro, Luis Paulo e Jorge Alberto são os caras. Foi uma experiência incrível.

Desenvolvemos mais 5 produtos nestes últimos quinze anos. Em áreas as mais diversas. Saphira, SOL, Pharos, Vivaz e o mais novinho, Atobá. Cada produto é referência em sua área. O Saphira em e-procurement, o SOL em workflow, o Pharos em gestão do conhecimento e o Vivaz em gestão de serviços para TI. O Atobá constrói portais de relacionamento. Para cada produto temos um time. Cada produto é tratado como um filho.

Hoje posso dizer com tranquilidade que somos uma empresa inovadora. Estamos cumprindo nossa missão. Trazer felicidade aos que nos cercam: colaboradores e família, clientes, parceiros, amigos.

Tudo que realizamos foi com nossos próprios recursos, humanos e financeiros. Como visionários sabemos que há um preço a pagar. Mas valeu muito a pena. Valeu cada minuto. Na casa da Camuirano respiramos inovação e criatividade.

Lançamos este ano nosso novo slogan. Nosso mote. Nossa crença.

"Soluções inovadoras, Resultados Surpreendentes"

Meu mais profundo agradecimento a todos que fizeram parte desta história. Tenho muito orgulho de vocês.

Somos a Pix. Uma empresa brasileira.

Esta é a nossa história.







quarta-feira, 26 de abril de 2017

O bonde


A cada mudança de paradigma penso que nós no Brasil temos uma boa chance de participar das melhores oportunidades no mundo.

Digo isto com a maior seriedade.

Meu pensamento é que "finalmente chegou a nossa hora de desabrochar". Mostrar ao mundo que temos valor. Que somos criativos, temos energia e vontade de inovar.

O avanço da internet aliado ao conceito de aplicações em smartphones fez abrir uma infinidade de possibilidades para novos negócios. Somos um país com um mercado imenso e o que se quiser fazer por aqui tem chance de dar certo.

Pois é, quando tudo parecia convergir a nosso favor vem uma crise do tamanho de um elefante. Elefante é pouco, dinossauro, daqueles enormes, que conhecemos nos filmes do Spielberg.

São os jovens os principais alavancadores de startups. Pela criatividade desprovida de barreiras, pelo senso de ousar sem medo de errar, pela falta de responsabilidade no bom sentido. Alguns poucos ainda se esforçam e estão tentando. Acredito neles piamente. São meus heróis.

Entretanto falta o entorno. As idéias precisam de apoiadores, pessoas que apostam no sonho desde a sua primeira concepção, outros que estão lá para o segundo empurrão, mesmo quando o negócio parece não ter um plano de retorno. Sucumbimos à crise e estamos desanimados.

O que vemos no mundo é o contrário. A sociedade acreditando no novo, nas idéias que florescem como se o ano todo fosse feito de quatro primaveras. Nas propostas apresentadas por vezes em apenas três minutos.

A energia provocada por esta revolução é imensa. Infelizmente por aqui viramos mais um importador destes negócios do que um partícipe efetivo da nova onda.

Ainda dá tempo para virar o jogo. Muita coisa pode ser feita. É preciso deixar de lado os desassossegos que nos atormentam a cada notícia de jornal.

Não quero derramar as lágrimas dos vencidos. Vamos lutar porque podemos.

Aos jovens e suas idéias, as batatas!












terça-feira, 25 de abril de 2017

Melhores práticas: a favor ou contra?

Processos e mais processos.

Temos uma crise de processos. Não me refiro aos processos judiciais ou de desvio de conduta. Mas a processos para funcionamento da empresa.

Gestores querem comprar práticas embutidas nos sistemas que são comercializados prontos. Estes executivos acham que as práticas podem não ser as mais perfeitas mas serão certamente melhores do que as utilizadas na empresa. Querem mudar procedimentos que consideram inadequados. Por vezes, preencher vazios que são realizados de forma pitoresca e sem governança. Riem (ou choram) do inexplicável que resulta da ausência de procedimentos.

Assim o negócio é fechado e as práticas são colocadas em... prática! Deste momento em diante começa uma verdadeira batalha interna. Pessoas acostumadas a fazer de outra forma, bombardeiam as soluções com argumentos de que antes era melhor, mais fácil, mais produtivo.

Quem tem razão? os dois e nenhum dos dois. Como assim? de fato, os sistemas embutem conceitos e caminhos que deveriam produzir um ambiente mais controlado. Os executivos aqui tem razão. A empresa tem processos que são particulares e que precisam ser adaptados. Os funcionários aqui tem razão. Daí surgem as customizações que devem ser bem justificadas. Podem ser implementadas com o cuidado de não desvirtuar o objetivo final. Ponto de atenção!
 
Entretanto, tanto executivos quanto funcionários precisam mudar a sua cultura e acreditar no novo processo proposto. O sistema não é rígido, fechado, inflexível, que é o argumento quando o sistema não "aceita" caminhos alternativos.

Quantas vezes escutei sobre obviedades. "É óbvio que deveria aceitar isto ou aquilo". O processo proposto requer o cumprimento de regras, que existem por alguma razão. Sem regras e limites como podemos chegar ao objetivo comum?

Sou favorável a governança. Mas existe um preço a pagar. Em primeiro lugar, um preço cultural. Se não pode é porque não pode. Se quer que possa, então justifique com argumentos que não comprometam o resultado.

Indutores de práticas não são vilões. Ao contrário, querem o sucesso da empresa. A maturidade da empresa está em encontrar o ponto de equilíbrio entre melhores práticas e suas necessidades específicas.

Melhores práticas é sinônimo de mudança. É um processo contínuo que deve ser perseguido a ferro e fogo.
Resulta em conhecimento, controle e qualidade. Resulta em transparência e potencializa a gestão.
 










segunda-feira, 3 de abril de 2017

Para aonde caminha a TI

A tecnologia vem mudando o comportamento das pessoas, quase que diariamente. Até algumas poucas décadas atrás não era bem assim.

No início, a percepção de valor era a possibilidade de manipular e organizar uma grande quantidade de informações, substituindo ou viabilizando o que era quase impossível de ser feito manualmente. Imagine um censo de milhões de pessoas sendo apurado sem a ajuda do computador! a folha de pagamento dos funcionários de um governo, a própria contabilidade das grandes empresas e assim por diante.

O computador afetava positivamente a vida das pessoas mas não as transformava. Era tão impressionante quanto distante e temido. Os filmes futuristas ajudavam a vender uma imagem de poder absoluto, que teria controle sobre nossos destinos.

Havia outra percepção maligna. Os computadores substituíam pessoas, que perdiam seus empregos. Na prática, empregos de baixa produtividade eram substituídos. O mundo melhorava a qualidade de vida dos cidadãos com a computação e não o contrário!

Foi uma mudança radical, como tantas outras que se seguiram e continuam acontecendo. Pessoas deixavam de apontar e compilar informações para virar digitadores, validadores de dados, analistas de informações, auditores, programadores e tantas novas profissões.

Foi assim que aprendi o que significava paradigma. Foi no final dos anos oitenta quando conheci o primeiro micro computador. Fiquei fascinado.

Hoje sabemos que a tecnologia é nossa aliada. Ninguém, desculpe pela palavra forte, ninguém teme mais os computadores e seus filhotes. Ao contrário, querem dominá-los como a um animal de estimação. A tecnologia, mais precisamente o software, virou sinônimo de felicidade. A cada novo aplicativo, a cada nova máquina na medicina, na odontologia, nas artes, no cotidiano significa algum avanço e melhoria de vida.

A tecnologia e o software são profissões que trazem felicidade ou deveriam. Seja no ambiente corporativo ou pessoal, melhoramos processos e ajustamos comportamentos. Criamos facilidades em cada pedacinho do caminho.

Se tem algo que ainda não foi impactado pela tecnologia é porque ainda não entrou na lista de prioridades. Pode esperar que chegará o seu momento.

Tudo que fazemos na Pix tem esta mesma orientação: trazer felicidade para nossos usuários.













sábado, 25 de março de 2017

O primeiro a gente nunca esquece

O Wintility foi o primeiro produto da Pix.

O objetivo era estruturar as informações produzidas ou recebidas por áreas ou departamentos, de forma a garantir que os arquivos com estas informações ficassem no controle da empresa e não das pessoas. A razão era simples: pessoas se aposentavam e o conhecimento ia junto.

Em consequência, as expectativas eram de que os usuários ficassem mais produtivos, o retrabalho seria minimizado ou extinto, e a empresa saberia com exatidão o que foi enviado para qualquer interlocutor. Haveria um ganho claro de tempo e de qualidade, pois saberíamos a versão que vale e não haveria dificuldades de localizar um conteúdo previamente criado.

À época, as alternativas dos usuários eram guardar a informação no Windows Explorer. Neste ambiente o arquivo ficava fisicamente associado a uma única pasta. Ou seja, um mesmo nome de arquivo em pastas diferentes representavam arquivos físicos diferentes, mesmo que fossem um a cópia de outro.

No Wintility construímos a estrutura de tal forma que o mesmo arquivo estaria guardado em grupos diferentes, mas sem duplicação. O arquivo seria único. Assim podíamos ter vários grupos mostrando o mesmo arquivo. É o que chamamos de taxonomia ou classificação. A taxonomia era a forma lógica de pensar onde poderia estar um arquivo.

Outra mudança crucial era determinar o nome do arquivo e onde guardar. No Explorer era obrigação do usuário atribuir o nome e também escolher onde seria salvo. No Wintility criamos regras para que o nome fosse estabelecido pela solução, obedecendo critérios previamente definidos. Acrescentamos nestas regras o local onde o arquivo seria salvo, e também o modelo de documento para que o arquivo já fosse criado, com base em padrões adotados pela empresa.

Cada departamento criava a quantidade de regras necessárias para representar seus principais processos de trabalho. Junto ao arquivo, acrescentamos um histórico de ações realizadas, além da possibilidade de descrição e de proteção. Depois nasceu a ficha. O objetivo era complementar com informações que trouxessem mais conhecimento sobre o trabalho realizado. O desafio era enorme.

Nosso concorrente era simplesmente a maior empresa de software do mundo. As pessoas reconheciam as dificuldades mas não ousavam mudar um padrão mundial.

O Wintility nasceu em 1998. De lá para cá construímos várias versões com mais funcionalidades e ferramentas. Ganhamos prêmios, tivemos reconhecimento, vendemos em mais de 30 países, mas não vencemos as barreiras. Temos clientes até hoje.

Nossa empresa precisa do Wintility para funcionar. O nosso conhecimento pertence a Pix, e não as pessoas que aqui trabalham. Sucesso ou fracasso? não sei.

Deixo para você julgar.







sexta-feira, 17 de março de 2017

Aonde vamos? Os novos paradigmas da tecnologia

Esta semana fui almoçar com uma amiga de longa data. Ela estava impressionada com uma aula que assistiu de um professor de Stanford sobre inteligência artificial, ou AI, para ser mais elegante. "Ilan, você tem que fazer isto! Para tudo! é o futuro!", como se fosse ou isto ou o fim da Pix.

Dois meses atrás estive em Israel e visitei um dos centros de aceleração de start-ups, pertencente a um fundo bem sucedido. Ali respirava-se Big Data. As soluções eram na sua maioria uma fórmula mágica de extrair uma tendência sobre um determinado tema, a partir das milhões (bilhões! trilhões!) de informações da internet. Muito inventivo e impressionante. A internet é fonte inesgotável de conhecimento, se você tiver como separar o joio do trigo.

Voltando ao Brasil e aos meus amigos da Assespro, associação que congrega as empresas brasileiras de TI, o tema da moda em discussão era o IoT, ou seja, internet das coisas. "A nova tendência é o IoT tanto que governo brasileiro quer investir neste tema, e precisamos que dê força para o software", esta foi a conversa que perseverou. Uma excitação contagiante.

Leio no Valor Econômico artigos em profusão sobre as fintechs, e como elas estão na crista da onda em todo o mundo. Outro assunto muito comentado é o Blockchain e, junto a este, com maior destaque o Bitcoin, o dinheiro digital.

Faltou falar dos drones. Do carro sem motorista. Sempre acreditei no carro sem rodas. Afinal, os filmes de futuro mostram que podemos nos locomover em três dimensões.

Estamos vivendo várias quebras de paradigmas ao mesmo tempo. Não dá para acompanhar. Minha amiga comparou com a revolução do campo, que transformou a sociedade, levando o mundo a se urbanizar. No passado as pessoas semeavam, cuidavam de todo o ciclo da plantação e colhiam. A tecnologia chegou e as máquinas fazem quase tudo. Falta fazer chover na quantidade certa, no momento adequado. Acho que isto também vai ser possível. Se é que já não tem um app.

Quando acordei hoje, pensei na escova e na pasta de dente. Imagino que no futuro teremos um processo de limpar os dentes que não precise de abrasivos nem de escova. Na certa, os cientista vão descobrir que o processo atual é o causador de vários males para a saude.

A notícia do dia: start-up americana produz tiras de frango em laboratório a partir da autoreprodução de células. E mais! o gosto é de fato parecido com o do frango...







segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Reflexões sobre Apps

O software sempre me impressionou pela transformação que pode infligir às pessoas.

O software do tipo conhecido como App é um exemplo extraordinário. As pessoas são apresentadas a eles por boca a boca, e passam a adota-lo pelo benefício que trazem para o seu cotidiano. A maioria destes Apps não tem custo, e o impacto é gigante em milhões de pessoas. 

Não raro me perguntam como pode haver um investimento tão significativo numa solução como o Waze ou o WhatsApp, e estes não custarem nada. Os entendidos dizem que é justamente o fato de terem uma comunidade fidelizada a razão de seu sucesso. E que o dinheiro vem em seguida, em decorrência desta fidelização. 

É difícil de compreender mas é inegável o valor destes aplicativos. Minha mulher diz que não consegue viver sem o Waze. Meu cunhado diz que só se comunica pelo WhatsApp. Por telefone, nem pensar, não vai atender. Dizem que até pagariam por ambos. Quanta generosidade!

Os investimentos nestes projetos são enormes em decorrência da possibilidade de mercado que podem alcançar. Gestores de capital de risco vão em busca destes campeões de audiência, numa corrida frenética para identificar e chegar primeiro no próximo sucesso.

Esta cadeia de valor tem participantes em vários níveis, do nascimento à maturidade. Hoje são reconhecidos quase como deuses os profissionais que conseguiram enxergar um sucesso no momento da concepção da idéia. Tem tanto valor quanto o pai da idéia.

As start-ups querem se associar a estes profissionais. É um círculo virtuoso. São os novos donos do mundo. 

Amigos me contam que na California não há nada que não seja regido por um App. Pensou em algo? Tem um aplicativo. Para estacionar na frente de um restaurante você aciona o aplicativo e, de repente, surge o manobrista vindo de skate para levar o seu carro. Na hora da saída o procedimento se repete e  o carro chega com o skate devidamente acondicionado na mala.

Antes que você pergunte, sim, o serviço tem seu custo. As pessoas se esquecem que serviços custam, mesmo os que aparentemente não custam...









sábado, 11 de fevereiro de 2017

Minha Concepção de Projeto - Parte V

A entrega ao cliente deve ser feita com pompa e circunstância.

Trata-se de um marco fundamental e representa o fim de uma etapa. Neste momento, o prazo de realização do projeto pode ser apurado. É a parcela do tempo que dependeu quase que exclusivamente da equipe do projeto. Deve ser motivo de alegria e regozijo. Principalmente quando o prazo foi cumprido ou com atraso justificado com antecedência.

A entrega representa a versão 1.0 do projeto. Também a versão 1.0 do banco de dados. Tanto o código produzido quanto a estrutura do banco de dados precisam de controle de versão. São controles independentes mas que se interrelacionam. O software deve reconhecer com que versão de dicionário de dados é compatível. Evita-se um milhão de problemas.

A entrega implica em colocar o projeto em funcionamento no ambiente do cliente. No ambiente de homologação do cliente, para ficar bem claro. Precisamos que o cliente também realize a sua validação e dê o seu parecer. Sempre sou favorável a capacitação do cliente. Pode ser uma apresentação mais detalhada seguida de um acompanhamento de prontidão para qualquer dúvida durante a homologação.

As vezes, produzimos um documento de auxílio a esta apresentação. Não me refiro a um manual completo e detalhado. Este é sempre complicado. Muito difícil de manter atualizado e muito duvidoso o seu uso pelos usuários. De qualquer forma, se estiver no escopo acordado entre as partes, precisa ser feito. Acho um recurso jogado fora.

Durante a homologação podem surgir ajustes. Aliás erros poderão ser identificados ao longo de toda vida útil do projeto. Não é nenhum demérito e deve ser coberto por uma garantia num período inicial de uso e por um contrato de manutenção após este tempo. Não é possível oferecer garantia vitalícia, mas é crível acreditar na estabilidade de um projeto se nada for alterado.

Voltando a homologação, parte deste ajustes apontados pelo cliente podem ser mudanças de escopo. Sim, me refiro a mudanças em relação ao que foi descrito no projeto. É preciso trabalhar este tema junto ao cliente para não criar frustrações. Devemos estar prontos a ajuda-los com estas mudanças mas também precisamos que reconheçam se tratar de novidade no projeto e que requerem esforço e custo adicionais. Tudo às claras, transparente. O cliente obterá o que deseja e o prestador do serviço será devidamente remunerado, como é justo e equilibrado.

Finalmente, o projeto vai para produção. É o início de uma nova etapa.

Um projeto que representa um novo processo de trabalho para a empresa tende a constantes evoluções e mutações, que precisam ser acompanhados por mudanças no projeto. Nada mais natural. E desejável.

Infelizmente, nem sempre o que se pede é evolução.

É preciso estar atento para demandas de pessoas conservadoras que tentam voltar aos processos anteriores, como se nada tivesse acontecido. É a aversão a mudanças, como dizia Maquiavel.

O antídoto que conheço e recomendo é o cliente manter o seu ponto focal original do projeto à frente para evitar que o projeto seja deformado por estas demandas. Pelo menos por um ano de uso. Às vezes, até mais. Para mim, isto se chama governança.












sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Minha Concepção de Projeto - Parte IV

Temos um projeto a cumprir. Me parece lógico que alguém deva verificar se o protótipo foi respeitado e se as condições descritas no cenário foram realizadas.

Isto é tão importante que deveria ser realizado pelo presidente da empresa. Igual a bater "penalty". Minha recomendação é que sempre seja feita uma dupla checagem: pelo gestor do projeto e pelo contato com o cliente.

Certa vez perguntei a uma colaboradora nossa, nascida e formada nos Estados Unidos, qual era na sua opinião a principal diferença entre o profissional americano e o brasileiro. Respondeu de bate pronto, como se esperasse há muito tempo pela pergunta. "Nós entregamos o que prometemos".

Simples assim. O mínimo que alguém espera é receber o que foi prometido. Se mudamos alguma coisa, precisamos explicar bem explicadinho. E, de preferência, tão logo identifiquemos a necessidade da mudança. Passa a fazer parte do cenário e, evidentemente, da entrega.

Esta são condições necessárias mas não suficientes. É preciso homologar o projeto. Homologar é realizar um teste extenso e minucioso. Teste de funcionalidade, teste de resultado, teste de volume, teste de compreensão e de comunicação. Precisa de uma massa de dados,  que cubra todas as possibilidades previstas no cenário. E, se não passar no teste, é preciso corrigir.

Digo para meus colaboradores que sempre vamos ajustar o que não está correto. Porque criar um desconforto com o cliente e esperar que ele aponte o erro se podemos nos antecipar e entregar algo melhor? Projetos com erros fáceis de encontrar são um convite a derrocada de qualquer empresa. O cliente fica tão aborrecido que mesmo que seja acertado, a opinião dele não muda. É o que chamamos de percepção inelástica de valor. A relação fica desgastada. É o início do fim.

É importante diferenciar o que o cliente aponta como erro do que é situação não prevista no projeto. A fronteira é tênue e tanto o cenário como o protótipo são os instrumentos certos para dirimir as dúvidas. Está escrito, tem que fazer. Não está escrito, sinto muito, é fase 2.


















quinta-feira, 9 de fevereiro de 2017

Minha Concepção de Projeto - Parte III

As tarefas do desenvolvimento devem ser acompanhadas de perto.

É importante saber se os prazos estão sendo respeitados, mas igualmente importante checar a qualidade do que se produz. Melhor descobrir cedo que alguém não está na mesma página do projeto e ajustar expectativas do que ter que retrabalhar lá na frente.

Nós usamos o SOL, que tem uma funcionalidade para acompanhar as tarefas do projeto. A regra é rever semanalmente com cada analista o andamento do seu trabalho. Se alguém "empaca" é preciso ajuda-lo. Seja na implementação do código, seja no entendimento do processo. Ambos ocorrem mais do que desejamos. São surpresas totalmente previsíveis.

No desenvolvimento sou favorável ao máximo possível de padronização. Na TI há facilidades e dificuldades sobre este tópico. No final das contas somos nós mesmos que vamos manter e evoluir o produto final e, raramente, será quem fez o projeto o responsável pelas novas solicitações. Não se trata de engessar a criatividade dos desenvolvedores, mas evitar devaneios que prejudicam o resultado final.

Mais uma vez temos de ficar de olho na comunicação. Sou muito chato com este tema e insisto para que o projeto saia agradável aos olhos de quem vai usar. Além disto acredito que a pessoa que usa deve ser capaz de entender o que precisa fazer no preenchimento da tela. Adotamos o recurso da explicação "in loco", ou seja, um ícone responsável por explicar o que não é autoexplicativo.

Na Pix os projetos são sempre acompanhados de um web designer. O desenvolvedor não desenha tela. Tem funcionado melhor. Até porque o web designer participou do protótipo e, espera-se, sabe que pode implementar o que planejou.

Na Pix todos os nossos colaboradores podem potencialmente participar de todos os projetos. Chamamos isto de colaboração contínua. Afinal, após algumas centenas de projetos, já passamos pela maioria das situações. Incentivamos a ajuda entre equipes. Funciona maravilhosamente.










segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Minha Concepção de Projeto - Parte II

Antes de iniciar o desenvolvimento definimos as funcionalidades e, a partir delas, as tarefas. Precisamos delas para dimensionar o esforço de desenvolvimento.

Procuro incentivar que o time construa um protótipo. Sempre me lembro da imagem do balanço que correu o mundo, que exibia os diferentes balanços projetados segundo o perfil de cada profissional envolvido, todos eles distintos do que o cliente de fato desejava. Com certeza, eu já fui um daqueles personagens.

Ora, o melhor é exibir o projeto antes de implementá-lo. Assim, discutimos o "resultado" e mexemos na navegação e na comunicação. Neste momento, ratificamos o escopo mais uma vez. Pode até acontecer mudanças, mas posso afiançar que quanto mais cedo melhor.

Projetos pequenos podem não justificar protótipos, pois o tempo para sua implementação é significativo no total do projeto. Nestes casos, sou daqueles que pedem: desenha para que possamos ver. Acho o desenho essencial, uma vez que tangibiliza o que as pessoas estão pensando.

Quer que desenhe? quero sim!

Revisamos os tempos com base no protótipo e mais uma vez pedimos a aprovação do cliente.

O tempo dispendido no protótipo e na avaliação do cliente é amplamente compensado pela convergência na satisfação com o resultado final. Para os que argumentam que o projeto fica mais caro a minha resposta é que fica mais próximo da realidade do que o cliente almeja e, portanto, no preço justo.

Um tema que na minha visão é fundamental para o projeto e que deve ser tratado com o máximo de atenção e rigor é a comunicação. Minha sugestão para as Universidades é incluir aulas de comunicação nos cursos de engenharia e informática. Comunicar inclui o entendimento do que se pede ou se faz, mas também como se organiza as funcionalidades, como se distribui os campos pelas telas e como se navega através do projeto.











quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Minha concepção de projeto - Parte I

Passei boa parte da minha história desenvolvendo projetos. Muito antes da existência dos modelos hoje reconhecidos como padrões para a gestão de projetos.

Os projetos eram de todos os portes, de poucas semanas até muitos meses.

Ao longo do tempo, fui acumulando conhecimento que para mim fazem toda a diferença.

Começando pelo início, que parece um pleonasmo e é mesmo: não vejo ser possível fazer um projeto se as pessoas que vão trabalhar nele não entendem do que se trata, com a maior riqueza de detalhes possível.

Portanto, a descrição do escopo do projeto com os seus objetivos, propósitos, premissas, impactos em outras áreas e outros sistemas, além de restrições e fronteiras é fundamental e imprescindível.

Enquanto não houver convergência entre as partes no entendimento dos processos e no desenho do futuro - o dono do projeto e a equipe de desenvolvimento - é preciso refinar e rediscutir à exaustão.

A melhor forma, na minha visão, para deixar isto claro é descrever os processos no nosso idioma nativo, ou seja, no bom português.

No Vivaz, nossa ferramenta ITIL para a gestão dos serviços da TI, introduzimos o conceito de Cenário no módulo de mudanças, que é a descrição do escopo do projeto.

O processo para o Cenário funciona assim: o nosso contato com o dono do projeto faz o levantamento das necessidades e escreve o que entendeu. O documento é passado ao gerente do projeto para que este faça a sua leitura e assinale as dúvidas e lacunas e até proponha mudanças. O contato retorna ao dono do projeto para esclarecimentos e complementos. Retorna ao gerente do projeto e o ciclo de revisão recomeça. O final é quando todos estão de acordo com o escopo descrito no texto.

Esta forma de trabalho permite que todos os envolvidos colaborem para o projeto. Do nosso lado temos sempre ao menos duas pessoas envolvidas: o contato e o gerente do projeto. Ambos são pessoas experientes e capazes de propor idéias e de questionar pontas que não fecham.

O Cenário precisa ser aprovado formalmente. Antes disto, não se deve mover uma palha sob o risco de retrabalho.

Isto não impedirá que revisões futuras ocorram mas permitirá que o time esteja coeso e que assuma as responsabilidades pelo que foi proposto.

Outro ponto fundamental, ao ficar registrado no Vivaz, o Cenário é documentação viva e de acesso fácil a qualquer momento - antes, durante e depois - pelos diferentes atores envolvidos no projeto e pelos demais gestores impactados pelo projeto.


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domingo, 22 de janeiro de 2017

O novo Wintility

O Wintility renasceu no Brasil.

Transformamos o produto para o mercado corporativo. O Wintility passou a gerenciar todo tipo de documento criado ou recebido por uma determinada área da empresa, de forma que ninguém seria o dono da informação. A informação e o conhecimento pertenciam a empresa. Ponto.

Ficou muito legal! Muito mesmo! O projeto trouxe soluções inovadoras para diferentes situações. Começamos a competir com grandes players do mercado mundial. Soluções foram implantadas e o projeto ganhou mercado.

Mas havia alguns probleminhas... Nossas idéias eram caminhos para resolver alguns problemas do sistema operacional Windows. Não era fácil convencer que um produto tupiniquim pudesse trazer um mundo melhor que o Windows Explorer.

Quer saber a verdade? em vários aspectos o Wintility era melhor. O usuário corporativo não precisava decidir como dar nome a um documento ou escolher uma pasta para guardar. O Wintility controlava estas duas tarefas. Simples assim.

Em paralelo o mundo Web estava tomando forma. Estávamos no início dos anos 2000. O Wintility não tinha estrutura nem tecnologia para o mundo Web. Até tentamos contemporizar com o WebWintility, mas ele era restrito e o seu uso não era tão intuitivo.

Outra questão era a escalabilidade. O Wintility tinha sido dimensionado para volumes que atendiam pessoas físicas. Ao migrar para o mundo corporativo tínhamos uma tarefa hercúlea que era reescrever boa parte do código.

Até hoje o Wintility é reconhecido. Tem adeptos e admiradores. Nossa equipe de desenvolvimento criou funcionalidades incríveis que foram mais tarde incorporadas em outros produtos de mercado.

Como outras tantas pessoas, continuo usuário do Wintility. Uso diariamente e não consigo me ver trabalhando sem ele.

Reconheço que poderia ter sido muito melhor. Olhando para trás reveria algumas decisões. Não há arrependimentos mas aprendizado.

Primeiro, o mercado pessoa física não comprava software, mesmo nos Estados Unidos. Naquela época não havia alternativas a explorar como a Internet hoje proporciona. O Wintility deveria ter nascido para o mercado corporativo.

Segundo, ao lançar nos Estados Unidos estávamos muito longe. Era difícil acompanhar de perto o desenrolar dos acontecimentos. O Brasil sempre andou léguas atrás e não antevimos o potencial da Web.

Terceiro, enfrentar um produto com a capilaridade do Windows Explorer. Anos mais tarde a Microsoft lançou o Sharepoint. Na minha visão foi um reconhecimento das limitações do Explorer.

Quarto, e último. Deveríamos ter desenvolvido o produto para banco de dados. Fizemos o nosso próprio banco de dados. Esta foi uma decisão errada e reconheço que a culpa é toda minha.

Apesar de todos os pesares, o Wintility foi a melhor e mais importante decisão da minha vida profissional.



sábado, 21 de janeiro de 2017

Empreender ou melhor ser ou não ser

Acho que tudo que fiz na vida foi empreender.

Sou daqueles que acham que empreender é fazer aquilo que acredita. Não é uma ciência nem tem fórmula mágica. É intuitivo, vem de dentro. Não sei explicar.

Desde a Task fui o incentivador de diferentes produtos. Uns foram para frente e outros pararam no mundo das idéias.

Me lembro quando bolamos o Forprint, nosso gerador de relatórios. Bem antes do advento do Crystal Report já pensávamos num software que permitisse gerar relatórios a partir de qualquer estrutura de dados. Montamos uma equipe mas não tivemos o recurso necessário para levar adiante. Fundos de capital de risco não eram uma opção à época. Estávamos na década de 90.

Também já estávamos nos desentendendo na Task, e o Forprint acabou ficando pelo caminho. Foi uma pena pois era uma grande oportunidade.

O mesmo aconteceu anos mais tarde com o Wintility, que por sinal ia se chamar WinControl. Queria um software que ajudasse o usuário a "entender" tudo que estava gravado no seu computador. O WinControl, que virou Wintility pois o outro nome já existia no mercado, nasceu primeiro como System Manager. Como queria que o software fosse lançado no Estados Unidos acabou virando Wintility. Está confuso? Pois é, foi confuso mesmo!

O fato que o Wintility foi lançado nos Estados Unidos. Nem tentamos o mercado brasileiro. Fui pessoalmente vê-lo na prateleira da CompUsa, que era uma grande cadeia de lojas de venda de produtos de informática. Quase um supermercado. Foi um grande orgulho, mas também um grande fiasco.

O Wintility se espalhou pelo mundo. Vendemos em mais de trinta países. O software foi hackeado e ganhou prêmio no Tucows, site de avaliação de software. Precisávamos de dinheiro para promover o produto e também melhorá-lo.

Chegamos a ter quatro companhias trabalhando para nós: em Boston, no Texas, em Berkeley e mais um lugar que não me lembro mais. Cada empresa tinha a sua função. Marketing, fabricação e logística, suporte e distribuição. Boa parte desapareceu com a chegada da internet. Inclusive a CompUsa.

A empresa de marketing percorreu todos os passos "by the book". Pesquisa de mercado, estratégia de lançamento, road shows, eventos com distribuidores. Não funcionou. Precisava de muito mais dinheiro do que dispúnhamos.

Resolvi então trazer o Wintility para o mercado brasileiro e transformá-lo num produto para empresas. Foi quase como começar tudo de novo.




sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Atobá - mais um pouquinho

Ontem fui almoçar com a minha amiga Claudia, da Assespro. Falamos sobre seu trabalho e sobre a Assespro, que é a nossa associação de TI. Muita fofoca e bom papo.

Na despedida ela me pergunta como funciona o Atobá. Surpreso, indago,
- "você leu?"
- "no face, é claro!"

Pois é, esta coisa de redes sociais realmente é um espetáculo. Minha mulher diz que só eu que não sei. No trabalho, meus colegas dizem que só eu que não sei. Na Assespro,... devo admitir, só eu não sabia.

Pois bem, a idéia do Atobá é concentrar num único ambiente as informações de relacionamento entre a empresa contratante com outras pessoas ou empresas.

Num Portal de Funcionários, por exemplo, a empresa gostaria que cada funcionário pudesse acessar seus contra-cheques, direitos e planejamento de férias, extrato de banco de horas, demonstrativo anual para o imposto de renda, notificações relevantes como exames médicos, reembolso de saúde, regulamentos sobre ética no trabalho, e assim por diante. Também se estabelece ritos de comunicação e notificação.

O Atobá oferece um ambiente onde a empresa pode rapidamente estruturar o Portal, definindo itens de menu e funcionalidades, e indicando a forma com que cada ação se conecta ao banco de dados para trazer a informação. A qualquer momento, o Atobá pode ser alterado para agregar novas funcionalidades. Obviamente, o Portal funciona para qualquer dispositivo.

Claudia adorou o nome. Acho que começamos com o pé direito.














quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Atobá - próximo produto da Pix

2016 foi um ano de crise.

Significa que tivemos menos vendas e menos projetos. Gente potencialmente ociosa.

Numa empresa de serviços, gente não se estoca. Os economistas chamam de custo afundado. Pode ser afundado mas pode ser também uma boa oportunidade.

O dilema é perder profissionais ou investir em algo que possa supostamente ser comercializado no futuro. Desta forma estocamos conteúdo e podemos vender processos.

Uma das saídas é desenvolver produtos.

Naturalmente investimos nos nossos produtos existentes. Mais funcionalidades, melhor comunicação, menos bugs.

Fizemos mais do que isto. Criamos o Atobá.

O Atobá é a nossa solução para portais de relacionamento entre uma empresa e seus stackholders.

A idéia tomou força quando recebemos o terceiro pedido para fazer o mesmo tipo de portal, num intervalo de seis meses.

O primeiro pedido foi de uma Editora de Livros para um Portal para Autores. O segundo foi de uma locadora de insumos para construção civil para um Portal de Clientes. O terceiro foi de uma indústria de lentes também para um Portal de Clientes.

Numa visita recente a uma distribuidora de produtos farmacêuticos falamos no Atobá para um Portal de Fornecedores. Penso que poderia ser um Portal para Funcionários, para Acionistas, para o Conselho, para Gerentes Comerciais, para Parceiros, para Transportadores.

O resultado é que ninguém foi dispensado por conta da crise.

Agora é trabalhar para voltar a crescer. Queremos voar como o Atobá.





quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Forponto - Meu primeiro produto

Quem acredita que a primeira experiência a gente nunca esquece, tem toda a razão.

Meu primeiro produto foi o Forponto. Raul e Sergio, meus sócios na Task, transformaram uma idéia num sucesso. Sergio cuidava do desenvolvimento e o Raul das vendas. O Forponto deve estar completando 30 anos de existência, e certamente, já passou por várias roupagens e tecnologias. Hoje a Task pertence a outro grupo econômico, e o Forponto é um dos líderes de mercado.

Não conheço o Forponto de hoje, mas imagino quanto recurso foi colocado para mantê-lo atualizado e em posição de destaque.

Existem várias formas de começar um produto. O Forponto começou com a experiência vivida pelo Raul na Piraquê, indústria de massas e biscoitos.

Quando Raul entrou para Task nos convenceu a investir nesta idéia. De pronto, conseguimos um potencial cliente, a MRN - Mineração Rio do Norte. Ficava longe a beça. Se não me falha a memória, às margens do Rio Trombetas.

O Forponto nasceu torto, porque não tínhamos a menor noção do que era preciso para fazer um produto. Mas o começo foi extraordinário pois éramos os pioneiros no assunto, pelo menos no Brasil.

Não tínhamos plano de negócio ou conhecimento de produto. Não fizemos pesquisa de mercado. Tínhamos uma idéia vencedora e a juventude a nosso favor.

Hoje, agradeço aos dois por me terem proporcionado a oportunidade de vivenciar o Forponto.







A coisa do Legado


Acredito que as pessoas vem ao mundo para deixar algum legado.

Na minha adolescência aprendi que um legado é composto de três ações: fazer filhos, plantar uma árvore e escrever um livro.

Acho que já estou no estágio do livro. Quero relatar minha experiência no ensejo de que possa compartilhar e ajudar.

Entre meus filhos incluo todas as empresas que empreendi, todos os produtos que ajudei a criar e todas as ações sociais e voluntárias das quais participei.

Quanto as árvores, considero todas aquelas que me fazem recordar de meus pais e os pais de meus pais, que são a origem do meu caráter e a razão da minha existência.

Na Pix, em especial, temos um pequeno pinheiro que ocupou o espaço de um pinheiro anterior gigante que foi herdado, e adoeceu. Todo dia olho para ele e penso que alguém o verá tão grande quanto o que se foi.

Espero que as pessoas que por aqui passem, consigam tirar algum proveito deste meu blog.