segunda-feira, 26 de agosto de 2013

Fazer certo da primeira vez

Outro dia fui ao dentista e me deparei com uma frase na parede:
 "Porque nunca dá tempo de fazer certo... Mas sempre dá tempo de refazer?"

Traduzindo: não se preocupe se o tratamento dentário não funcionar na primeira tentativa. Na segunda vez, você ficará bem. Talvez seu dente incomode por um pouco mais de tempo, mas quem se importa?

Nunca imaginei que isto fosse uma prática além das fronteiras da TI. Fiquei surpreso pensando no meu novo bloco. Finalmente entendi porque o dentista fica ajustando o bloco até chegar em algo que me traga conforto. Quanto será que este processo torna o custo do bloco mais oneroso para o meu bolso? Quantas pessoas trocaram de dentista por este motivo?

Nada mais representativo ao que ocorre nos projetos de TI. O curioso é que ajustar ou  refazer é aceito com naturalidade pela equipe. Há um certo entendimento de que o usuário não transmite tudo que precisa e o analista não entende tudo que é transmitido. Assim, ambos acordam que, num segundo momento, o projeto vai se ajustar.

O efeito colateral negativo é que esta cadeia de imperfeições se alastra por todas as etapas do projeto. Como consequência este fica mais caro e com a percepção de baixa qualidade, mesmo que depois o produto final fique adequado. Perde-se a confiança no trabalho e, para garantir a entrega, diversos pontos de checagem, avaliação e homologação são criados. Já vi casos que se cria a conferência da checagem.

Portanto, se corrige com retrabalho algo que poderia ser feito certo desde o começo. Na minha forma de ver isto se conserta com um planejamento adequado de onde se quer chegar, da capacitação da equipe para realizar cada  etapa de trabalho e com a implantação de indicadores que meçam a qualidade do artefato entregue.

Com retrabalho todos perdem, e muito. E isto deveria ser mensurado para que as lições sejam aprendidas e os caminhos de correção sejam perseguidos.