segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Minha Concepção de Projeto - Parte II

Antes de iniciar o desenvolvimento definimos as funcionalidades e, a partir delas, as tarefas. Precisamos delas para dimensionar o esforço de desenvolvimento.

Procuro incentivar que o time construa um protótipo. Sempre me lembro da imagem do balanço que correu o mundo, que exibia os diferentes balanços projetados segundo o perfil de cada profissional envolvido, todos eles distintos do que o cliente de fato desejava. Com certeza, eu já fui um daqueles personagens.

Ora, o melhor é exibir o projeto antes de implementá-lo. Assim, discutimos o "resultado" e mexemos na navegação e na comunicação. Neste momento, ratificamos o escopo mais uma vez. Pode até acontecer mudanças, mas posso afiançar que quanto mais cedo melhor.

Projetos pequenos podem não justificar protótipos, pois o tempo para sua implementação é significativo no total do projeto. Nestes casos, sou daqueles que pedem: desenha para que possamos ver. Acho o desenho essencial, uma vez que tangibiliza o que as pessoas estão pensando.

Quer que desenhe? quero sim!

Revisamos os tempos com base no protótipo e mais uma vez pedimos a aprovação do cliente.

O tempo dispendido no protótipo e na avaliação do cliente é amplamente compensado pela convergência na satisfação com o resultado final. Para os que argumentam que o projeto fica mais caro a minha resposta é que fica mais próximo da realidade do que o cliente almeja e, portanto, no preço justo.

Um tema que na minha visão é fundamental para o projeto e que deve ser tratado com o máximo de atenção e rigor é a comunicação. Minha sugestão para as Universidades é incluir aulas de comunicação nos cursos de engenharia e informática. Comunicar inclui o entendimento do que se pede ou se faz, mas também como se organiza as funcionalidades, como se distribui os campos pelas telas e como se navega através do projeto.











quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Minha concepção de projeto - Parte I

Passei boa parte da minha história desenvolvendo projetos. Muito antes da existência dos modelos hoje reconhecidos como padrões para a gestão de projetos.

Os projetos eram de todos os portes, de poucas semanas até muitos meses.

Ao longo do tempo, fui acumulando conhecimento que para mim fazem toda a diferença.

Começando pelo início, que parece um pleonasmo e é mesmo: não vejo ser possível fazer um projeto se as pessoas que vão trabalhar nele não entendem do que se trata, com a maior riqueza de detalhes possível.

Portanto, a descrição do escopo do projeto com os seus objetivos, propósitos, premissas, impactos em outras áreas e outros sistemas, além de restrições e fronteiras é fundamental e imprescindível.

Enquanto não houver convergência entre as partes no entendimento dos processos e no desenho do futuro - o dono do projeto e a equipe de desenvolvimento - é preciso refinar e rediscutir à exaustão.

A melhor forma, na minha visão, para deixar isto claro é descrever os processos no nosso idioma nativo, ou seja, no bom português.

No Vivaz, nossa ferramenta ITIL para a gestão dos serviços da TI, introduzimos o conceito de Cenário no módulo de mudanças, que é a descrição do escopo do projeto.

O processo para o Cenário funciona assim: o nosso contato com o dono do projeto faz o levantamento das necessidades e escreve o que entendeu. O documento é passado ao gerente do projeto para que este faça a sua leitura e assinale as dúvidas e lacunas e até proponha mudanças. O contato retorna ao dono do projeto para esclarecimentos e complementos. Retorna ao gerente do projeto e o ciclo de revisão recomeça. O final é quando todos estão de acordo com o escopo descrito no texto.

Esta forma de trabalho permite que todos os envolvidos colaborem para o projeto. Do nosso lado temos sempre ao menos duas pessoas envolvidas: o contato e o gerente do projeto. Ambos são pessoas experientes e capazes de propor idéias e de questionar pontas que não fecham.

O Cenário precisa ser aprovado formalmente. Antes disto, não se deve mover uma palha sob o risco de retrabalho.

Isto não impedirá que revisões futuras ocorram mas permitirá que o time esteja coeso e que assuma as responsabilidades pelo que foi proposto.

Outro ponto fundamental, ao ficar registrado no Vivaz, o Cenário é documentação viva e de acesso fácil a qualquer momento - antes, durante e depois - pelos diferentes atores envolvidos no projeto e pelos demais gestores impactados pelo projeto.


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domingo, 22 de janeiro de 2017

O novo Wintility

O Wintility renasceu no Brasil.

Transformamos o produto para o mercado corporativo. O Wintility passou a gerenciar todo tipo de documento criado ou recebido por uma determinada área da empresa, de forma que ninguém seria o dono da informação. A informação e o conhecimento pertenciam a empresa. Ponto.

Ficou muito legal! Muito mesmo! O projeto trouxe soluções inovadoras para diferentes situações. Começamos a competir com grandes players do mercado mundial. Soluções foram implantadas e o projeto ganhou mercado.

Mas havia alguns probleminhas... Nossas idéias eram caminhos para resolver alguns problemas do sistema operacional Windows. Não era fácil convencer que um produto tupiniquim pudesse trazer um mundo melhor que o Windows Explorer.

Quer saber a verdade? em vários aspectos o Wintility era melhor. O usuário corporativo não precisava decidir como dar nome a um documento ou escolher uma pasta para guardar. O Wintility controlava estas duas tarefas. Simples assim.

Em paralelo o mundo Web estava tomando forma. Estávamos no início dos anos 2000. O Wintility não tinha estrutura nem tecnologia para o mundo Web. Até tentamos contemporizar com o WebWintility, mas ele era restrito e o seu uso não era tão intuitivo.

Outra questão era a escalabilidade. O Wintility tinha sido dimensionado para volumes que atendiam pessoas físicas. Ao migrar para o mundo corporativo tínhamos uma tarefa hercúlea que era reescrever boa parte do código.

Até hoje o Wintility é reconhecido. Tem adeptos e admiradores. Nossa equipe de desenvolvimento criou funcionalidades incríveis que foram mais tarde incorporadas em outros produtos de mercado.

Como outras tantas pessoas, continuo usuário do Wintility. Uso diariamente e não consigo me ver trabalhando sem ele.

Reconheço que poderia ter sido muito melhor. Olhando para trás reveria algumas decisões. Não há arrependimentos mas aprendizado.

Primeiro, o mercado pessoa física não comprava software, mesmo nos Estados Unidos. Naquela época não havia alternativas a explorar como a Internet hoje proporciona. O Wintility deveria ter nascido para o mercado corporativo.

Segundo, ao lançar nos Estados Unidos estávamos muito longe. Era difícil acompanhar de perto o desenrolar dos acontecimentos. O Brasil sempre andou léguas atrás e não antevimos o potencial da Web.

Terceiro, enfrentar um produto com a capilaridade do Windows Explorer. Anos mais tarde a Microsoft lançou o Sharepoint. Na minha visão foi um reconhecimento das limitações do Explorer.

Quarto, e último. Deveríamos ter desenvolvido o produto para banco de dados. Fizemos o nosso próprio banco de dados. Esta foi uma decisão errada e reconheço que a culpa é toda minha.

Apesar de todos os pesares, o Wintility foi a melhor e mais importante decisão da minha vida profissional.



sábado, 21 de janeiro de 2017

Empreender ou melhor ser ou não ser

Acho que tudo que fiz na vida foi empreender.

Sou daqueles que acham que empreender é fazer aquilo que acredita. Não é uma ciência nem tem fórmula mágica. É intuitivo, vem de dentro. Não sei explicar.

Desde a Task fui o incentivador de diferentes produtos. Uns foram para frente e outros pararam no mundo das idéias.

Me lembro quando bolamos o Forprint, nosso gerador de relatórios. Bem antes do advento do Crystal Report já pensávamos num software que permitisse gerar relatórios a partir de qualquer estrutura de dados. Montamos uma equipe mas não tivemos o recurso necessário para levar adiante. Fundos de capital de risco não eram uma opção à época. Estávamos na década de 90.

Também já estávamos nos desentendendo na Task, e o Forprint acabou ficando pelo caminho. Foi uma pena pois era uma grande oportunidade.

O mesmo aconteceu anos mais tarde com o Wintility, que por sinal ia se chamar WinControl. Queria um software que ajudasse o usuário a "entender" tudo que estava gravado no seu computador. O WinControl, que virou Wintility pois o outro nome já existia no mercado, nasceu primeiro como System Manager. Como queria que o software fosse lançado no Estados Unidos acabou virando Wintility. Está confuso? Pois é, foi confuso mesmo!

O fato que o Wintility foi lançado nos Estados Unidos. Nem tentamos o mercado brasileiro. Fui pessoalmente vê-lo na prateleira da CompUsa, que era uma grande cadeia de lojas de venda de produtos de informática. Quase um supermercado. Foi um grande orgulho, mas também um grande fiasco.

O Wintility se espalhou pelo mundo. Vendemos em mais de trinta países. O software foi hackeado e ganhou prêmio no Tucows, site de avaliação de software. Precisávamos de dinheiro para promover o produto e também melhorá-lo.

Chegamos a ter quatro companhias trabalhando para nós: em Boston, no Texas, em Berkeley e mais um lugar que não me lembro mais. Cada empresa tinha a sua função. Marketing, fabricação e logística, suporte e distribuição. Boa parte desapareceu com a chegada da internet. Inclusive a CompUsa.

A empresa de marketing percorreu todos os passos "by the book". Pesquisa de mercado, estratégia de lançamento, road shows, eventos com distribuidores. Não funcionou. Precisava de muito mais dinheiro do que dispúnhamos.

Resolvi então trazer o Wintility para o mercado brasileiro e transformá-lo num produto para empresas. Foi quase como começar tudo de novo.




sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Atobá - mais um pouquinho

Ontem fui almoçar com a minha amiga Claudia, da Assespro. Falamos sobre seu trabalho e sobre a Assespro, que é a nossa associação de TI. Muita fofoca e bom papo.

Na despedida ela me pergunta como funciona o Atobá. Surpreso, indago,
- "você leu?"
- "no face, é claro!"

Pois é, esta coisa de redes sociais realmente é um espetáculo. Minha mulher diz que só eu que não sei. No trabalho, meus colegas dizem que só eu que não sei. Na Assespro,... devo admitir, só eu não sabia.

Pois bem, a idéia do Atobá é concentrar num único ambiente as informações de relacionamento entre a empresa contratante com outras pessoas ou empresas.

Num Portal de Funcionários, por exemplo, a empresa gostaria que cada funcionário pudesse acessar seus contra-cheques, direitos e planejamento de férias, extrato de banco de horas, demonstrativo anual para o imposto de renda, notificações relevantes como exames médicos, reembolso de saúde, regulamentos sobre ética no trabalho, e assim por diante. Também se estabelece ritos de comunicação e notificação.

O Atobá oferece um ambiente onde a empresa pode rapidamente estruturar o Portal, definindo itens de menu e funcionalidades, e indicando a forma com que cada ação se conecta ao banco de dados para trazer a informação. A qualquer momento, o Atobá pode ser alterado para agregar novas funcionalidades. Obviamente, o Portal funciona para qualquer dispositivo.

Claudia adorou o nome. Acho que começamos com o pé direito.














quinta-feira, 19 de janeiro de 2017

Atobá - próximo produto da Pix

2016 foi um ano de crise.

Significa que tivemos menos vendas e menos projetos. Gente potencialmente ociosa.

Numa empresa de serviços, gente não se estoca. Os economistas chamam de custo afundado. Pode ser afundado mas pode ser também uma boa oportunidade.

O dilema é perder profissionais ou investir em algo que possa supostamente ser comercializado no futuro. Desta forma estocamos conteúdo e podemos vender processos.

Uma das saídas é desenvolver produtos.

Naturalmente investimos nos nossos produtos existentes. Mais funcionalidades, melhor comunicação, menos bugs.

Fizemos mais do que isto. Criamos o Atobá.

O Atobá é a nossa solução para portais de relacionamento entre uma empresa e seus stackholders.

A idéia tomou força quando recebemos o terceiro pedido para fazer o mesmo tipo de portal, num intervalo de seis meses.

O primeiro pedido foi de uma Editora de Livros para um Portal para Autores. O segundo foi de uma locadora de insumos para construção civil para um Portal de Clientes. O terceiro foi de uma indústria de lentes também para um Portal de Clientes.

Numa visita recente a uma distribuidora de produtos farmacêuticos falamos no Atobá para um Portal de Fornecedores. Penso que poderia ser um Portal para Funcionários, para Acionistas, para o Conselho, para Gerentes Comerciais, para Parceiros, para Transportadores.

O resultado é que ninguém foi dispensado por conta da crise.

Agora é trabalhar para voltar a crescer. Queremos voar como o Atobá.





quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

Forponto - Meu primeiro produto

Quem acredita que a primeira experiência a gente nunca esquece, tem toda a razão.

Meu primeiro produto foi o Forponto. Raul e Sergio, meus sócios na Task, transformaram uma idéia num sucesso. Sergio cuidava do desenvolvimento e o Raul das vendas. O Forponto deve estar completando 30 anos de existência, e certamente, já passou por várias roupagens e tecnologias. Hoje a Task pertence a outro grupo econômico, e o Forponto é um dos líderes de mercado.

Não conheço o Forponto de hoje, mas imagino quanto recurso foi colocado para mantê-lo atualizado e em posição de destaque.

Existem várias formas de começar um produto. O Forponto começou com a experiência vivida pelo Raul na Piraquê, indústria de massas e biscoitos.

Quando Raul entrou para Task nos convenceu a investir nesta idéia. De pronto, conseguimos um potencial cliente, a MRN - Mineração Rio do Norte. Ficava longe a beça. Se não me falha a memória, às margens do Rio Trombetas.

O Forponto nasceu torto, porque não tínhamos a menor noção do que era preciso para fazer um produto. Mas o começo foi extraordinário pois éramos os pioneiros no assunto, pelo menos no Brasil.

Não tínhamos plano de negócio ou conhecimento de produto. Não fizemos pesquisa de mercado. Tínhamos uma idéia vencedora e a juventude a nosso favor.

Hoje, agradeço aos dois por me terem proporcionado a oportunidade de vivenciar o Forponto.







A coisa do Legado


Acredito que as pessoas vem ao mundo para deixar algum legado.

Na minha adolescência aprendi que um legado é composto de três ações: fazer filhos, plantar uma árvore e escrever um livro.

Acho que já estou no estágio do livro. Quero relatar minha experiência no ensejo de que possa compartilhar e ajudar.

Entre meus filhos incluo todas as empresas que empreendi, todos os produtos que ajudei a criar e todas as ações sociais e voluntárias das quais participei.

Quanto as árvores, considero todas aquelas que me fazem recordar de meus pais e os pais de meus pais, que são a origem do meu caráter e a razão da minha existência.

Na Pix, em especial, temos um pequeno pinheiro que ocupou o espaço de um pinheiro anterior gigante que foi herdado, e adoeceu. Todo dia olho para ele e penso que alguém o verá tão grande quanto o que se foi.

Espero que as pessoas que por aqui passem, consigam tirar algum proveito deste meu blog.